Saúde e bem estar: Comer emocional

Por Leandra Giorgetti

O conceito do comer emocional refere-se a um “comer em resposta não a um estímulo de fome, mas sim à um gatilho emocional”, que não precisa ser sentido como negativo – tristeza, raiva ou tédio, por exemplo – mas pode ser disparado inclusive por emoções positivas, tais como alegria ou excitação por algo prazeroso.

Normalmente, neste contexto, a busca pela comida – na ausência da fome fisiológica –, ocorre para se premiar ou se confortar, aliviando uma dor emocional ou estresse, a fim de escapar um pouco da realidade. Isso pode acarretar sentimentos de arrependimento ou culpa em alguns. No entanto, como o alimento, em especial, os mais gordurosos ou açucarados, acionam a área da circuitaria cerebral encarregada das nossas sensações de prazer, o comer emocional acaba cumprindo o papel imediatista e transitório de suprir uma lacuna na busca de prazer ou minimização do desprazer.

Segundo O. Connor, no livro Quilos Emocionais, “todos nós somos, em graus diversos, comedores emocionais”. Buscamos afeto, memórias, conforto e prazer sensorial na comida, não só nutrientes! O que divide o saudável do prejudicial para o indivíduo é a frequência e a intensidade com que o comer emocional acontece, além da função que ele passa a ocupar no funcionamento de cada um. Quando nossa relação com a comida fica predominantemente marcada pelo comer emocional, isso deve ser um sinal de alerta.

Num contexto mais filosófico e existencial, alguns diriam que ela pode ser compreendida como forma de “automedicação” para as angústias através da comida. O ideal que haja uma gentil reflexão sobre as atitudes alimentares –crenças, pensamentos, sentimentos, comportamentos e relacionamento com os alimentos – e reconhecer que no universo da alimentação humana existe em um contexto que vai muito além de calorias, nutrientes e peso. Boa reflexão!

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